domingo, 12 de outubro de 2008

Teoria da Burocracia

A burocracia da forma como será tratada aqui, não está relacionada com lentidão ou excesso de papelório e sim como uma forma de associação humana, baseada na racionalidade (na adequação dos meios aos fins, buscando a máxima eficiência).

Origens

O aparecimento das burocracias coincidem com o despontar do capitalismo, graças a vários fatores como:
-Economia do tipo monetária;
-Mercado de mão-de-obra;
-Estado (modelo centralizado);
-Necessidade de organizações justas e imparciais;
-Necessidade de organizações mais bem planejadas;
-Necessidade de organizações mais racionais.

O Modelo Weberiano

Historicamente a "ideologia da burocracia" nasceu de novo conjunto de normas de comportamento e produção, que Weber chamou de "ética protestante" que são: trabalho duro e árduo, ascetismo, poupança e objetividade. 

Max Weber ficou famoso pela sua teoria das estruturas de autoridade. Neste sentido ele distingue três tipos de sociedade e autoridade. Segundo ele, a “autoridade significa a probabilidade de que um comando ou ordem específicos sejam obedecidos”.

O conceito de burocracia de Weber é abrangente e envolve diversos tipos de instituições sociais como a Igreja, universidades e grandes empresas. Tais instituições aplicavam o tipo burocrático de organização, concentrando meios administrativos no topo da hierarquia e utilizavando regras racionais e impessoais visando à máxima eficiência. As características da burocracia segundo Weber se encontram na postagem anterior.

Disfunções da burocracia

De acordo com Max Weber, o modelo burocrático busca a inteira previsibilidade do funcionamento no intuito de obter a máxima eficiência na organização.

Merton, ao estudar as conseqüências previstas da burocracia, notou a presença de conseqüências indesejáveis, às quais chamou de disfunções da burocracia, que levam à ineficiência e às imperfeições.

Segundo Merton, como o comportamento do ser humano é imprevisível, quando este participa da burocracia, faz com ela escape ao modelo preestabelecido. Assim, são geradas as seguintes disfunções do modelo weberiano:

  1. Internalização das normas
  2.  Excesso de formalismo e papelório
  3.  Resistência a mudanças
  4.  Despersonalização do relacionamento
  5.  Categorização do relacionamento
  6.  Superconformidade
  7.  Exibição de sinais de autoridade
  8.  Dificuldades com clientes

Outros modelos burocráticos

Merton 

Desenvolveu um modelo burocrático baseado em conseqüências não previstas por Weber. Critica a rigidez do modelo weberiano que, segundo ele, reduz a eficácia organizacional e põe em risco o apoio da clientela. 



Philip Selznick 

Focou seu trabalho na interação da burocracia com o ambiente, aspecto não abordado por Weber. Realizou pesquisas em uma grande organização norte-americana chegando as seguintes conclusões:
- A organização burocrática é uma estrutura social adaptativa. As organizações formais estão sujeitas às pressões do ambiente e necessitam se ajustar e modificar seus objetivos continuamente;
- Dentro da organização formal desenvolve-se uma estrutura informal;
- A organização não deve ser vista como um sistema fechado e estável.

Alvim W. Goldner

Realizou uma pesquisa que lhe permitiu concluir que não existe um só tipo ou modelo burocrático, e sim uma enorme variedade de graus de burocratização. De acordo com ele a burocratização é importante mas deve ser dosada: nem em excesso, nem em escassez.
 
Bibliografia
- CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron Books, 3ed.,1987.



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