segunda-feira, 7 de abril de 2008

A história do curso de Administração no Brasil

Os cursos de Administração no Brasil têm uma historia muito curta, principalmente se compararmos com as dos Estados Unidos, onde os primeiros cursos na área se iniciaram no final do século XIX, com a criação da Wharton School, em 1881, sendo que somente em 1952 se iniciou o ensino da Administração no Brasil.

O contexto para a formação da Administração no Brasil começou a ganhar contornos mais claros na década de quarenta. A partir desse período, acentua-se a necessidade de mão-de-obra qualificada e, conseqüentemente, da profissionalização do Ensino da Administração. Fazia-se necessário à formação de pessoal especializado para planificação de mudanças, em uma sociedade que passava de um estágio agrário para o industrial. Tratava-se de formar, a partir do sistema escolar, um Administrador profissional, apto para atender o processo de industrialização. Tal processo desenvolveu-se de forma gradativa, desde a década de 30, porém, acentuou-se por ocasião da regulamentação da profissão, em 9 de setembro de 1965, data em que se comemora o dia do Administrador.

O ensino da Administração está relacionado ao processo de desenvolvimento do país, durante o governo de Getulio Vargas e de Juscelino Kubitschek.

O surgimento da Fundação Getulio Vargas (FGV) e a criação da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) marcaram o ensino e a pesquisa de temas econômicos e administrativos no Brasil, contribuindo para o processo de desenvolvimento do país.

A FGV representa a primeira instituição que desenvolveu o ensino da Administração. Sua origem remota á criação do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP), em 1938. Esse órgão tinha por finalidade estabelecer um padrão de eficiência no serviço público federal e criar canais mais democráticos para o recrutamento de Recursos Humanos para a administração pública, por meio de concursos de admissão.

Em 1952 foi criada a Escola Brasileira de Administração Pública (EBAP), pela FGV. Pouco depois a FGV cria uma escola destinada especialmente à administração de empresas.

A partir da década de sessenta, FGV, passou a criar cursos de pós-graduação na área de administração publica e de empresas. Em meados dessa década, iniciou a oferta de cursos regulares de mestrado nessas áreas.

Com a criação do mestrado, a FGV passou a ser o centro formador de professores para outras instituições de ensino, no momento em que ocorria uma enorme expansão dos cursos de administração. Como conseqüência dessa expansão a entidade passou a ministrar um curso de doutorado nessa área.

A USP também é outra instituição de muita relevância para o desenvolvimento do curso de administração. Em 1946, foi criada a Faculdade de Economia e Administração que tinha por objetivo formar funcionários para os grandes estabelecimentos das instituções públicas e privadas.

No final dos anos 60, a evolução dos cursos de administração ocorreria não mais vinculado a Instituições universitárias, mas ás faculdades isoladas que proliferaram no bojo do processo de expansão privatizada da sociedade brasileira. Essa expansão também está relacionada ao plano econômico, uma vez que a partir da década de 60, ocorreu um crescimento acentuado das empresas, estrangeiras e estatais, permitindo a utilização crescente da técnica. Isso implicou diretamente a necessidade de profissionais com treinamento específico. Isso veio a constituir um espaço potencial para a utilização dos Administradores que passaram pelo sistema escolar.

No ano seguinte a regulamentação da profissão o Conselho Federal de Educação fixou o primeiro currículo mínimo do curso de Administração, que seria constituído de matérias tais como: matemática, contabilidade, teoria geral da administração, estatística, entre outras. Além dessas matérias, tornava-se obrigatório o Direito Administrativo, ou Administração de Produção e Administração de Vendas, segundo opção dos alunos. Além de haver o estágio supervisionado de seis meses para obter o diploma.

A partir dessa regulamentação procurou-se instituir organismos que controlassem o exercício da profissão. Foram criados, então, os Conselhos Regionais de Administração (CRA´s).



Fonte: CFA


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