Conflito é motivado por diferenças e estresse
Estudo diz que 25% dos envolvidos faltam ao trabalho ou adoecem
O gerente Marcelo Carvalho, da Sigvaris, busca soluções para o atrito antes que se torne um problema pessoal. Conversas atravessadas, má interpretação de diálogos e diferenças de cultura e de valores podem gerar conflitos nas empresas e, com eles, desgaste da equipe e até demissões.Esses atritos, contudo, se bem administrados, podem ser um motor de mudanças positivas nas companhias.As conclusões são de um estudo feito com 5.000 executivos belgas, brasileiros, dinamarqueses, franceses, alemães, irlandeses, holandeses, ingleses e norte-americanos. O objetivo foi quantificar o conflito no ambiente profissional.O levantamento foi conduzido pela consultoria internacional OPP, que desenvolve testes psicométricos, em parceria com a brasileira Fellipelli. O estudo foi obtido com exclusividade pela Folha.Classificado como qualquer divergência no ambiente organizacional que afete o fluxo de trabalho, o conflito foi notado por 85% dos entrevistados, que disseram lidar com ele em algum momento na empresa.MotivaçãoEntre as principais causas do embate, segundo os entrevistados, que escolheram respostas múltiplas, estão as divergências de personalidade (49%), o estresse (34%) e a carga de trabalho pesada (33%).Para o consultor Eduardo De Maria, sócio da Alive Eco Hut, que faz treinamentos corporativos, questões de personalidade aumentam a divergência."No conflito há uma visão antagônica a outra visão, e as pessoas não sabem lidar com isso porque vêem na discordância uma crítica, que pode se tornar uma ameaça ao status ou ao ego", explica."A falta de comunicação ou de liderança também pode causar conflitos", diz Adriana Fellipelli, sócia da Fellipelli.Para a consultora, entender a natureza da divergência é uma das ferramentas para combatê-la. "O treinamento de gestão de conflitos é importante porque tem impacto direto nos negócios. Se bem administrado, o conflito é positivo e traz crescimento para os funcionários."Segundo a pesquisa, os brasileiros gastam 1,9 hora semanal no manejo de conflitos no trabalho (leia mais ao lado).ResultadosAlém de atrapalhar a produtividade, a falta de solução do atrito também pode levar os envolvidos a ter problemas de saúde. O estudo aponta que 27% dos funcionários que vivenciaram um embate chegaram a ataques pessoais e que 25% deles faltaram ao trabalho ou ficaram doentes.Foi o que ocorreu com Alice (nome fictício), 32. Depois que uma nova diretora entrou em seu departamento, os conflitos começaram a aparecer, e as agressões ficaram corriqueiras. "Perdi 10 kg em sete meses, tive insônia e gastrite. A solução foi pedir demissão", relata.
Folha de são Paulo dia 12 de outubro de 2008
Estudo diz que 25% dos envolvidos faltam ao trabalho ou adoecem
O gerente Marcelo Carvalho, da Sigvaris, busca soluções para o atrito antes que se torne um problema pessoal. Conversas atravessadas, má interpretação de diálogos e diferenças de cultura e de valores podem gerar conflitos nas empresas e, com eles, desgaste da equipe e até demissões.Esses atritos, contudo, se bem administrados, podem ser um motor de mudanças positivas nas companhias.As conclusões são de um estudo feito com 5.000 executivos belgas, brasileiros, dinamarqueses, franceses, alemães, irlandeses, holandeses, ingleses e norte-americanos. O objetivo foi quantificar o conflito no ambiente profissional.O levantamento foi conduzido pela consultoria internacional OPP, que desenvolve testes psicométricos, em parceria com a brasileira Fellipelli. O estudo foi obtido com exclusividade pela Folha.Classificado como qualquer divergência no ambiente organizacional que afete o fluxo de trabalho, o conflito foi notado por 85% dos entrevistados, que disseram lidar com ele em algum momento na empresa.MotivaçãoEntre as principais causas do embate, segundo os entrevistados, que escolheram respostas múltiplas, estão as divergências de personalidade (49%), o estresse (34%) e a carga de trabalho pesada (33%).Para o consultor Eduardo De Maria, sócio da Alive Eco Hut, que faz treinamentos corporativos, questões de personalidade aumentam a divergência."No conflito há uma visão antagônica a outra visão, e as pessoas não sabem lidar com isso porque vêem na discordância uma crítica, que pode se tornar uma ameaça ao status ou ao ego", explica."A falta de comunicação ou de liderança também pode causar conflitos", diz Adriana Fellipelli, sócia da Fellipelli.Para a consultora, entender a natureza da divergência é uma das ferramentas para combatê-la. "O treinamento de gestão de conflitos é importante porque tem impacto direto nos negócios. Se bem administrado, o conflito é positivo e traz crescimento para os funcionários."Segundo a pesquisa, os brasileiros gastam 1,9 hora semanal no manejo de conflitos no trabalho (leia mais ao lado).ResultadosAlém de atrapalhar a produtividade, a falta de solução do atrito também pode levar os envolvidos a ter problemas de saúde. O estudo aponta que 27% dos funcionários que vivenciaram um embate chegaram a ataques pessoais e que 25% deles faltaram ao trabalho ou ficaram doentes.Foi o que ocorreu com Alice (nome fictício), 32. Depois que uma nova diretora entrou em seu departamento, os conflitos começaram a aparecer, e as agressões ficaram corriqueiras. "Perdi 10 kg em sete meses, tive insônia e gastrite. A solução foi pedir demissão", relata.
Folha de são Paulo dia 12 de outubro de 2008
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