Introdução
O que se segue é uma análise pessoal baseada em textos científicos sobre a filosofia política. È importante frisar que, para mim, o assunto referido é de extrema importância na vida de qualquer pessoa, já que, a política em geral e em seus múltiplos significados é necessária para entendermos o mundo tal como ele é. A sociedade não pode esquecer que ela é, em grande parte, a principal peça para que a política funcione e que não basta votar em um candidato à presidente, por exemplo, é preciso participar ativamente da vida política.
O que é Política?
Etimologicamente falando a palavra política surgiu na Grécia Antiga e quer dizer: polis = cidade. Pode-se dizer que política são as ações que um indivíduo toma em relação à vida pública ou que é a atitude de governar e decidir quais são os caminhos que a cidade deve seguir.
"A Filosofia Política corresponde ao estudo crítico da natureza, justificação e extensão do estado." Publicada por Vítor João Oliveira (qualia-esob.blogspot.com)
O homem político é aquele que tem o poder de decidir, em prol da sociedade como um todo, ou seja, do interesse comum, qual é o rumo que a mesma tem que seguir. Não se pode esquecer que o poder de opinar nas decisões da cidade é somente de responsabilidade e direito do governante, todos os cidadãos têm direito de participar de toda decisão política.
A política influencia a vida da população de várias maneiras como, por exemplo, nas leis, saúde, educação, alimentos, transportes, segurança etc. É importante ressaltar que toda e qualquer lei é, de certa forma, responsabilidade de quem elegeu o representante, já que, é função do mesmo criar leis.
Concepção Grega de Política
Em decorrência das mudanças surgiram a cidadania e a democracia para se opor ao comportamento aristocrático. O cidadão passa a entender que pode e deve atuar nas decisões políticas da sua cidade, porém, na época, não haviam direitos iguais e somente homens livres e moradores da cidade podiam interferir e opinar nas reuniões políticas que aconteciam na cidade.
A Guerra de Peloponeso culminou na derrota de Atenas para Esparta e a concepção de democracia ateniense acabou e surgiram então os macedônios, com Platão e Aristóteles:
- Platão era contra a democracia vigente e, em sua opinião, só tinham direito de decidir e atuar politicamente os homens que realmente fossem preparados e entendessem de política.
- Aristóteles foi discípulo de Platão e criticava os pontos de vista que o mesmo tinha (achava-o muito exagerado), porém achava que nem todos tinham capacidade de governar, por exemplo, artesãos e comerciantes. Aristóteles criou a "divisão das formas de governo – monarquia, aristocracia e república – conforme se refiram ao governo de um só, de um peque grupo ou povo." (Temas de Filosofia 1ªedição pg. 153). Para Aristóteles o importante são a justiça e a "vida boa" (os cidadãos tinham o direito de viver bem e harmoniosamente). Para que isso acontecesse era preciso que as formas de governo sejam éticas, corretas e não se submetam à corrupções. O interessante é que Aristóteles tinha uma forma de pensar futurista, pois, já se preocupava com a boa educação dos jovens para que eles se tornassem bons cidadãos e, até mesmo, bons governantes.
Para os gregos o modelo ideal de governo é aquele que possui normas e sabe distinguir o bom governo do governo corrompido.
A Política Medieval
Na Idade Média ocorre a busca de passar ao povo a crença de que o rei é um homem que está acima de todos porque ele nasceu abençoado e indicado por Deusa ser seu representante na terra. Todos tinham que ver o rei como um homem bom, justo e acima de qualquer contestação. Nota-se que o poder político está ligado à Igreja, ou seja, o poder espiritual guia o temporal e toda ação deve ser feita com base no cristianismo.
Essa interdependência entre o Rei e a Igreja causou muitos conflitos entre ambos e filósofos passaram a defender a separação dos poderes espiritual e temporal.
A Autonomia da Política
No século XVI, Maquiavel passa a defender a autonomia política sem ligações à preocupações filosóficas e cristãs. Em vez de pensar como os governantes deveriam agir, Maquiavel começou a falar, sinceramente, como os mesmo governavam de fato. Para Maquiavel era impossível governar sem, às vezes, usar a violência e o bom político é aquele que sabe identificar os erros com precisão e acabar com eles de forma eficiente e eficaz. É preciso distinguir que os valores morais não são válidos na vida política, já que, a última se preocupa com a comunidade e não com um só, por isso, às vezes, é necessário agir contrariamente às leis para garantir que a sociedade permaneça em ordem e equilíbrio. A mudança do pensamento político indica que as atitudes não são mais feitas com base na religião.
"É muito mais seguro para um príncipe ser temido do que amado." Maquiavel
O Fortalecimento do Estado
A palavra Estado só surge no Renascimento e na Idade Moderna e significa a posse de um território por parte dos governantes que conduzem a cidade e seus moradores. Com essa nova concepção o governante se torna apto a formular leis, cobrar impostos, criar exércitos etc. conclui-se que somente o Estado pode possuir o poder.
O Estado surgiu das monarquias que buscavam justificar o poder absoluto do rei, mesmo se para isso tiver que usar a violência contra os seus.
Teorias Contratualistas
Mesmo com o surgimento do Estado havia filósofos que defendiam o direito divino dos reis, como Bossuet e alguns que queriam ainda mais a legitimação do poder baseada na racionalidade.
Filósofos como Hobbes, Locke e Rousseau buscam entender o porquê do homem escolher viver em um Estado em vez do seu estado de natureza.
- Hobbes defende o poder soberano, já que, na sua concepção os homens não conseguem viver em paz sem um poder maior para controlá-los.
- Locke critica o Absolutismo e criou a separação dos três poderes (Executivo Legislativo e Judiciário). Para ele o fato dos homens terem escolhido um representante não quer dizer que eles não podem questionar e até destituir o mesmo se ele não cumprir ou ferir seus direitos.
John Locke
- Rousseau defende que o próprio povo é que deve governar e criar as leis, sendo chamada de democracia direta, rejeitando a tradição política da sua época, e que a propriedade privada é uma das causas da desigualdade e pobreza.
Jean-Jacques Rousseau